25 setembro 2006

Campanha de Bem Dizer - 1


Em resposta ao desafio do Amigo Víctor Simões, para iniciar a «campanha de bem dizer», dei voltas ao bestunto, puxei pelos neurónios à busca de algo de positivo e, apesar das más línguas, encontrei alguns motivos para bem dizer. Realmente, não é justo levantar a voz apenas para dizer mal. Não fique a pensar mal. Não estou à espera de ser convidado para director vitalício da EPUL nem para assessor de um qualquer ministro. Como sou independente, apartidário e crítico irreverente, nada posso esperar desse género. Os políticos não gostam de seres pensantes mas apenas de «yes men»!

Mas realmente, por vezes, aparece motivo de bem dizer. É o caso bastante publicitado e algo criticado por alguns do pacto de regime para a reforma da Justiça. Oxalá dele saia obra perfeita, eficiente e duradoura. Em regime democrático, com a alternância governativa, é fácil os governos sucumbirem à tentação de pararem tudo o que vinha do antecedente e recomeçarem em direcção ligeiramente diferente, desperdiçando tempo (recurso irrecuperável) e outros recursos, lesando os autênticos interesses nacionais. Só com o consenso entre os principais partidos, com pacto, formal ou não, se pode evitar fazer o percurso em zigue-zague. É preciso continuidade de propósitos na prossecução dos principais interesses nacionais. Não é benéfico para o País encerrar maternidades, centros de saúde, SAPs, escolas, esquadras da Polícia ou postos da GNR que outros abriram pouco tempo antes. Se uma pessoa quiser ir de Lisboa para o Porto e, em cada cruzamento, cortar para a direcção errada, demorará muito a viagem e poderá mesmo nunca chegar ao destino.
Sobre este assunto, convém recordar que, por exemplo, os mosteiros dos Jerónimos e da Batalha, cuja construção demorou o tempo de vários reinados, não existiriam se tivesse havido mudança de rumo de quatro em quatro anos. Para que hoje haja perseverança na acção, é indispensável um entendimento prévio dos partidos com hipótese governamental, a fim de serem co-autores da ideia e depois a protegerem e realizarem. Sem isso, apenas serão possíveis obras que, desde a concepção até à inauguração final não demorem mais de quatro anos. Por isto, o pacto para a Justiça merece ser aplaudido pelos portugueses de boa vontade e ser imitado em todas as decisões cuja realização terá de ser prolongada para além da duração de uma legislatura.

2 comentários:

Anónimo disse...

Esta bipolarização em forma de pacto não é mais do que a continuação daquilo que é mais do mesmo.Desde o famigerado 25 que são os mesmos na arquitectura dos detinos públicos em que nos encontramos.

O futuro o dirá...

david santos disse...

A forma como põe esta questão, Aliás, várias questões e por vezes a tocar no concreto, fazem-me estar 100% de acordo com o amigo João Soares. Às vezes, muitas delas sem pensarmos, pomos pessoas como nós de rastos. Não é que eu não cometa exageros, mas por vezes dou comigo a interrogar-me: eu faria melhor? Seria mais competente? Claro que para mim e para outros como eu é fácil escondermo-nos atrás do ser independente, não pertencer a nenhum partido, mas certas vezes, isto serve apenas para esconder a nossa vontade de dizer mal.
Um grande abraço, amigo.
Até sempre: David

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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