Os autarcas querem bom ambiente ou dinheiro?
Acabamos de viver dias maravilhosos de consciencialização pela necessidade de defender o ambiente, através da mobilidade com reduzida poluição. Foi bonito ver o dia sem carros nas cidades, as pessoas a deslocarem-se de bicicleta e a maratona com políticos a darem o exemplo da mobilidade sem poluição. Realmente este planeta não é um brinquedo nosso. Foi-nos emprestado pelos nossos netos e devemos entregá-lo em bom estado, se possível, melhor do que aquele em que o encontrámos. Se não zelarmos pelo ambiente em cada momento da nossa vida, a Terra acabará por se tornar imprópria para a vida humana. Esta afirmação não é contestável, não gera polémica. A polémica surge quando há comportamentos contrários, divergentes, incongruentes.
É frequente ouvir-se palavras de estímulo aos moradores das linhas de Sintra e de Cascais para deixarem os carros junto das estações e seguirem de combóio para os seus empregos em Lisboa. Conselhos muito sensatos e ecológicos, principalmente, quando os autarcas prometem criar parques de estacionamento nas proximidades das estações. Desta forma, concretizam-se as convenientes acções de defesa do ambiente que a todos interessa.
Em Oeiras, a sul da estação, há um parque com cerca de 60 lugares que costumava estar sempre cheio de carros que ficavam ali desde as oito da manhã até ao fim do dia quando os donos regressavam do emprego de combóio. Mas há duas semanas o pavimento foi melhorado, os limites dos lugres pintados e colocadas três máquinas de bilhetes. A partir daí, passou a haver apenas meia dúzia de carros, ficando vagos todos os outros. Os automobilistas fizeram contas à fortuna mensal que lhes custaria deixar ali o carro todo o dia e, logicamente, passaram a ir de carro para Lisboa. E o ambiente, quem o defende? A autarquia parecia estar contra a poluição e por um ambiente saudável e sustentável, mas, na verdade, demonstra preferir o dinheiro do estacionamento, ou directamente ou por intermédio de uma empresa protegida de uns amigos dos autarcas. Afinal, as palavras bonitas em favor do ambiente eram só fumaça como diria Pinheiro de Azevedo, eram só hipocrisia.
Apesar das lindas palavras, e dos gestos espectaculares, a lógica do Poder não é a da defesa do ambiente e dos interesses da generalidade das pessoas, mas sim oprimir o mais possível o cidadão e sacar-lhe o máximo de dinheiro, de que precisa para os gastos sumptuosos, desde as rotundas com uma pedra («obra de arte») no meio, até aos contractos de directores vitalícios de empresas municipais criadas para servirem de tachos a elementos da oligarquia, passando por pavilhões multiusos com pouca utilização ao longo do ano. Mais uma prova de que o dinheiro é colocado acima do ambiente, é a ameaça da ANMP (Associação Nacional dos Municípios Portugueses) de deixar de recolher os lixos diariamente, o que já é bem visível no local onde moro, para pressionar o Governo a ser mais perdulário nos dinheiros a dar às autarquias. O pensamento dos autarcas é «o ambiente que se lixe, o que é preciso é dinheiro para nós». Estas não têm escrúpulos nem em lesar gravemente o ambiente nem em penhorar os valores municipais, deixando aos vindouros apenas dívidas criadas pelo despesismo inconsciente em ostentação, caprichos e vaidades dos actuais autarcas. E temos que aturar estes desmandos, até quando? Qual a solução? Qual a alternativa?
Acabamos de viver dias maravilhosos de consciencialização pela necessidade de defender o ambiente, através da mobilidade com reduzida poluição. Foi bonito ver o dia sem carros nas cidades, as pessoas a deslocarem-se de bicicleta e a maratona com políticos a darem o exemplo da mobilidade sem poluição. Realmente este planeta não é um brinquedo nosso. Foi-nos emprestado pelos nossos netos e devemos entregá-lo em bom estado, se possível, melhor do que aquele em que o encontrámos. Se não zelarmos pelo ambiente em cada momento da nossa vida, a Terra acabará por se tornar imprópria para a vida humana. Esta afirmação não é contestável, não gera polémica. A polémica surge quando há comportamentos contrários, divergentes, incongruentes.
É frequente ouvir-se palavras de estímulo aos moradores das linhas de Sintra e de Cascais para deixarem os carros junto das estações e seguirem de combóio para os seus empregos em Lisboa. Conselhos muito sensatos e ecológicos, principalmente, quando os autarcas prometem criar parques de estacionamento nas proximidades das estações. Desta forma, concretizam-se as convenientes acções de defesa do ambiente que a todos interessa.
Em Oeiras, a sul da estação, há um parque com cerca de 60 lugares que costumava estar sempre cheio de carros que ficavam ali desde as oito da manhã até ao fim do dia quando os donos regressavam do emprego de combóio. Mas há duas semanas o pavimento foi melhorado, os limites dos lugres pintados e colocadas três máquinas de bilhetes. A partir daí, passou a haver apenas meia dúzia de carros, ficando vagos todos os outros. Os automobilistas fizeram contas à fortuna mensal que lhes custaria deixar ali o carro todo o dia e, logicamente, passaram a ir de carro para Lisboa. E o ambiente, quem o defende? A autarquia parecia estar contra a poluição e por um ambiente saudável e sustentável, mas, na verdade, demonstra preferir o dinheiro do estacionamento, ou directamente ou por intermédio de uma empresa protegida de uns amigos dos autarcas. Afinal, as palavras bonitas em favor do ambiente eram só fumaça como diria Pinheiro de Azevedo, eram só hipocrisia.
Apesar das lindas palavras, e dos gestos espectaculares, a lógica do Poder não é a da defesa do ambiente e dos interesses da generalidade das pessoas, mas sim oprimir o mais possível o cidadão e sacar-lhe o máximo de dinheiro, de que precisa para os gastos sumptuosos, desde as rotundas com uma pedra («obra de arte») no meio, até aos contractos de directores vitalícios de empresas municipais criadas para servirem de tachos a elementos da oligarquia, passando por pavilhões multiusos com pouca utilização ao longo do ano. Mais uma prova de que o dinheiro é colocado acima do ambiente, é a ameaça da ANMP (Associação Nacional dos Municípios Portugueses) de deixar de recolher os lixos diariamente, o que já é bem visível no local onde moro, para pressionar o Governo a ser mais perdulário nos dinheiros a dar às autarquias. O pensamento dos autarcas é «o ambiente que se lixe, o que é preciso é dinheiro para nós». Estas não têm escrúpulos nem em lesar gravemente o ambiente nem em penhorar os valores municipais, deixando aos vindouros apenas dívidas criadas pelo despesismo inconsciente em ostentação, caprichos e vaidades dos actuais autarcas. E temos que aturar estes desmandos, até quando? Qual a solução? Qual a alternativa?
1 comentário:
João, boa tarde, amigo. Eles querem o que nós lhe possamos dar. Temos é que os alertar sem qualquer tipo de preconceito. Não afastando a crtíca, claro está.
Um abraço, Amigo.
Enviar um comentário